A peça traz de volta aos palcos a atriz Maria José Paschoal num monólogo onde a atriz encarna a Rainha do Fado, depois de ter interpretado a pintora Vieira da Silva, papel que lhe valeu um Globo de Ouro.

A ação decorre na Nova Iorque dos anos 80 e ficciona uma Amália angustiada, sozinha na intimidade de um sufocante quarto de hotel, em Nova Iorque, metáfora de um Portugal dos pequeninos, desajustado no mundo, Amália prepara-se para o suicídio, desconfiada que está de sofrer de uma "doença de morte". Curiosamente, e segundo a própria Amália, a sua decisão de adiar a morte ficou-se a dever ao encontro com os filmes de Fred Astaire, que a distraíram e animaram.

Reflete sobre a vida da Diva enquanto mulher com seus medos, fracassos e forças, dominada sobre sua  luta interior, sua luta com os outros, as recordações boas e más, se valeu a pena cantar e o que é que teria feito se não tivesse cantado. “…Que estranha forma de vida tem este meu coração: vive de forma perdida; quem lhe daria o condão? Que estranha forma de vida…”, reflete Amália como no poema de sua autoria.

O mobiliário é realista: uma cama single, um móvel e uma TV anos 80 de tela quadrada, com sinal de vídeo, K7s VHS, uma cadeira de descanso giratória, 2 candeeiros de pé.

 

Encenação, Dramaturgia, Figurinos, Cenografia e Interpretação:


Maria José Paschoal é uma atriz portuguesa. Licenciada em Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, possui também o curso Superior de Formação de Atores pela Escola Superior de Teatro e Cinema do Conservatório Nacional de Lisboa.


Estreou-se com atriz em 1981. Permaneceu durante 8 anos no Teatro da Graça( 1986/1993) até a sua extinção, onde interpretou personagens de peças de Fassbinder, Tenesse Williams, Edward Bond, Albee, Turgueniev, Galine, Tchecov, Gorki, Strindberg.


Foi atriz no Teatro Monumental, Politeama, Malaposta, da Trindade, Almada e permaneceu 2 anos no Teatro Nacional onde integrou o elenco de quatro peças (1996/1998).


Estreou na encenação, cenografia e figurinos na peça de Elisa Lisboa “Greta Garbo- Um Mergulho Quântico no Mar da Deusa do Gelo”no Teatro da Trindade em 2005.


Começou por trabalhar em teatro e, apesar das várias participações em telenovelas portuguesas, é nos palcos que a atriz tem construído grande parte da sua carreira.


A interpretação de Maria José Paschoal na peça Vieira da Silva par Elle Même, um espetáculo seu e do Grupo Cassefaz, valeu-lhe  a atribuição do galardão de Melhor Atriz de Teatro de 2008 em Portugal. O globo foi-lhe entregue pela atriz brasileira Susana Vieira, que foi a Portugal participar na XIV Gala dos Globos de Ouro.

Recebeu ao longo de sua carreira como atriz vários prêmios, nomeações e outras distinções, entre as quais: Prêmio Garret, Prêmio da Crítica, Prêmio Atlântida, Sete D’ouro, Troféu Nova Gente, Menção Honrosa do Prêmio Palmira Bastos e Antonio Silva da Câmara Municipal de Lisboa e o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Teatro em 2008.

Maria José Paschoal volta a palco com mais um monólogo, desta vez sobre Amália Rodrigues e no ano em que se assinalam 10 anos do seu desaparecimento.


Direção artística

Elisa Lisboa

Maria Elisa Pavia de Magalhães Lisboa (Lisboa, 8 de Março de 1944) é uma atriz e diretora portuguesa.

Filha de José Eurico Lisboa e de Isaura Pavia de Magalhães e neta do maestro Eduardo Pavia de Magalhães e da pianista Branca Bello de Carvalho. É Professora de Interpretação na Escola Superior de Teatro e Cinema. Teve participações pontuais em séries ou novelas televisivas, salientando a produção da Rede Globo Sabor da Paixão (2002); no cinema, em filmes como Coisa Ruim de Tiago Guedes e Frederico Serra (2006). Participa actualmente na série Conta-me como Foi, para a RTP1 e na telenovela Flor do Mar, para a TVI.


Autoria

Vicente Alves Do Ó

Começou a escrever contos e pequenas histórias quando ainda era adolescente. Só depois se apaixonou pelo teatro e escreveu algumas peças que encenou com um grupo de amigos no Alentejo. Os argumentos vieram depois.

A paixão pelo cinema apresentou-lhe uma nova forma de escrever e a pouco e pouco, se tornou profissional e os filmes e ideias ganharam corpo e vida. FACAS E ANJOS foi o segundo telefilme. No cinema, trabalhou com António Pedro Vasconcelos em OS IMORTAIS , escreveu para Isabel Rosa chamada A MENINA DOS MEUS OLHOS e um outro argumento para uma longa metragem a ser filmada por António da Cunha Telles, CORAÇÕES EM PERIGO. Além disso, continua a escrever muito, está ligado a uma produtora onde agora prepara mais filmes e os roteiros para cinema que aguardam a sua vez de avançar.